quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vivendo a Semana Santa no Ministério


Estamos preparando uma coreografia para dançar no sábado de aleluia e temos vivido vários laboratórios que nos fazem mergulhar ainda mais profundo no mistério da Semana Santa e vivenciar profundamente o sofrimento de Jesus e a razão maior da nossa salvação.

Quando vamos refletir sobre o sábado de aleluia, depois da sexta-feira da paixão, quando Jesus é crucificado, como devemos refletir? Com que sentido devemos dançar?

Cheguei a seguinte conclusão sobre o Sábado de Aleluia:

Para onde me nego a olhar? O que pretendo esconder de mim mesmo, dos outros e de Deus? Jesus propõe-se descer exatamente a esses rincões da morte e da escuridão, para mexer em tudo o que há de escuro e rançoso em mim, tudo o que há de mortiço e entorpecido, e então despertar-me para a vida.

No dia de Sábado de Aleluia permito que Cristo desça até o meu reino dos mortos, para que tome todos os mortos pela mão, inclusive o que há de morto em mim mesmo, e nos reconduza à luz, a fim de despertar-nos para a vida.

Cristo esteve no sepulcro. Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria situação sepulcral. O que me caberia enterrar? Que feridas em minha história de vida precisam ser enterradas de uma vez por todas? Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como armas para agredir as outras pessoas. Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem uma recriminação tácita aos que feriram em algum momento. Com isso, posso descartar minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente.

Pretendo sepultar também os sentimentos de culpa que consomem e dos quais não consigo me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para libertar-me. Quando paro de andar em círculos em torno de minha culpa, aí sim realmente posso despertar para a vida nova.

No Sábado de Aleluia desço até meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida. Cristo desceu ao sepulcro de meu medo, minha resignação, minha autocompaixão e minha morbidez, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo de minha alma. Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar acerca de meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.


Que possamos viver e refletir sobre cada momento da Semana Santa em nosso ministério e começar em nós a transformação, para assim conquistarmos uma vida renovada e sermos instrumentos dessa transformação nas vida das pessoas que assistirem nossas ministrações.


Deus abençoe você!


Kamilla Porto
Coordenadora Ministério Face

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